Dentro brevemente
- O discurso do Dr. Elia Strambini, do TEDx, destaca o potencial da computação quântica, enfatizando como a supercondutividade pode revolucionar a computação, aumentando enormemente a eficiência e reduzindo o consumo de energia em comparação com os microchips de silício tradicionais.
- Os computadores quânticos, alimentados por supercondutividade, prometem velocidades de processamento milhares de vezes mais rápidas, ao mesmo tempo que consomem menos energia, com aplicações potenciais como a aceleração do desenvolvimento de medicamentos e a criação de indústrias com utilização intensiva de energia mais sustentáveis.
- Apesar dos avanços da tecnologia quântica, Strambini concluiu enfatizando a criatividade insubstituível do cérebro humano, das máquinas e até dos computadores quânticos, que não podem ser replicados.
Em sua recente palestra no TEDx, o Dr. Elia Strambini – cientista pesquisador do NEST Istituto Nanoscienze-CNR, Pisa, Itália – nos apresentou o profundo poder da supercondutividade e da mecânica quântica para transformar a computação. Com a tecnologia evoluindo o tempo todo, Strambini prevê um futuro onde os computadores quânticos não apenas executam sistemas tradicionais, mas também contribuem para um mundo sustentável.
Strambini começou explicando as ineficiências dos sistemas computacionais atuais, comparando-os a uma “vela”, onde a maior parte da energia é desperdiçada na forma de calor. Ele mostrou como os microchips de silício atuais, embora poderosos, consomem muita energia.
“Grande parte da energia que você coloca no seu microchip produz calor indesejado e muito pouco dela é usada para computação”, disse Strambini.
A conversa mudou então para o poder da computação quântica, onde a supercondutividade desempenha um papel importante. Strambini usou uma metáfora convincente para descrever como os elétrons se comportam no nível atômico, comparando-os a “dançarinos” em uma festa. Nos processadores atuais, os elétrons devem navegar por uma pista de dança densa e caótica. No entanto, no estado supercondutor, “os elétrons começam a se agrupar e a dançar em um círculo bonito e ordenado”, criando um fluxo de informações eficiente e livre de conflitos.
Este fenômeno, denominado supercondutividade, é a base da computação quântica. Strambini explicou como os computadores quânticos prometem “velocidades operacionais milhares de vezes mais rápidas do que os melhores computadores de hoje”, enquanto usam ainda menos energia do que o cérebro humano. Este salto na eficiência é importante porque a inteligência artificial e o aprendizado de máquina exigem mais potência.
Além de velocidade e eficiência, Strambini explicou como os computadores quânticos poderiam revolucionar as indústrias. Por exemplo, a simulação quântica pode acelerar bastante o desenvolvimento de medicamentos.
“Com um computador quântico, você pode simular reações químicas complexas e ter um projeto rápido de medicamentos – um processo que hoje leva anos de trabalho de laboratório”, disse ele. A tecnologia também pode ajudar a melhorar processos que consomem muita energia, como a produção de fertilizantes, reduzir a poluição e contribuir para a sustentabilidade ambiental.
Strambini tomou nota do fato de que estamos à beira de uma nova era da informática. Como ele disse: “Acreditamos que estamos no início de uma nova era da computação, onde teremos um poder computacional sem precedentes, preservando ao mesmo tempo a integridade do nosso planeta”.
Embora a promessa da computação quântica seja emocionante, Strambini encerra com uma reflexão instigante sobre o papel do cérebro humano. Mesmo com a ascensão dos sistemas quânticos, disse ele, as máquinas não têm os poderes criativos e oníricos que definem a invenção humana.
“Eles podem trabalhar 24 horas por dia, mas não podem sonhar como os humanos”, lembrou ao público, encorajando-os a continuar a expandir as suas mentes naturais.