Por que Paul Atkins, escolhido por Trump para presidente da SEC, está dando esperança às criptomoedas
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Por que Paul Atkins, escolhido por Trump para presidente da SEC, está dando esperança às criptomoedas

Com a expectativa de que Paul Atkins assuma o cargo de presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), será esta a aquisição da criptografia que esperávamos ou outro capítulo de promessas vazias?

Boa sorte, Gensler. Olá, Atkins

O presidente eleito Donald Trump nomeou Atkins para liderar a SEC. O anúncio despertou esperanças em todos os círculos financeiros – especialmente entre a comunidade criptográfica.

Regulador bem conhecido e experiente, Atkins foi selecionado para trazer uma nova perspectiva à SEC num momento em que a inovação e a regulamentação se encontram num impasse crítico.

Este anúncio por si só levou o Bitcoin (BTC) a ultrapassar a marca de US$ 100.000 pela primeira vez, com os preços subindo para US$ 103.550 em 5 de dezembro.

Na indústria criptográfica, sua nomeação parece uma reversão de expectativas de longa data. Sob o comando do presidente cessante da SEC, Gary Gensler, o relacionamento da agência com empresas de ativos digitais tem sido repleto de tensões, caracterizado por ações judiciais e fiscalização agressiva.

Atkins, no entanto, é visto como um poderoso catalisador de mudança – alguém que pode clarificar os quadros regulamentares e, ao mesmo tempo, incentivar o crescimento neste domínio.

Mas quem é Atkins, realmente? O que seu histórico revela sobre sua posição em relação à regulamentação criptográfica e financeira? E porque é que tanto os mercados tradicionais como os digitais estão a reagir tão fortemente à sua nomeação?

Vamos apoiar o homem que poderia redefinir a SEC.

Um olhar mais atento

Atkins pode não ser um nome familiar, mas no mundo das finanças e da regulamentação, a sua reputação fala por si.

Nascido em Lillington, Carolina do Norte, e criado em Tampa, Flórida, Atkins construiu uma base educacional sólida desde cedo. Ele se formou com louvor no Wofford College em 1980, recebendo o título de Bacharel em Artes e indução ao Phi Beta Kappa.

Em 1983, formou-se em direito pela Vanderbilt University, onde atuou como editor sênior de redação da prestigiada Vanderbilt Law Review.

Atkins iniciou sua carreira profissional na Davis Polk & Wardwell, um dos escritórios de advocacia mais respeitados do mundo. Ele se especializou em transações corporativas, fusões e aquisições e ofertas de valores mobiliários, aprimorando sua experiência em questões financeiras de alto perfil.

Sua carreira logo se tornou internacional, com mais de dois anos no escritório do escritório em Paris, onde também obteve credenciais como consultor jurídico francês.

Atkins ingressou na SEC no início da década de 1990, trabalhando com os ex-presidentes Richard C. Breeden e Arthur Levitt. Durante esse período, ele se concentrou em melhorar a gestão empresarial e melhorar a comunicação entre acionistas e empresas.

Em 2002, quando Atkins regressou à SEC como comissário, viu-se na berlinda durante um período de escândalos empresariais envolvendo gigantes como a Enron e a WorldCom.

No meio da turbulência, apelou a uma aplicação mais rigorosa da fraude, ao mesmo tempo que alertou contra medidas excessivamente punitivas que poderiam perturbar práticas comerciais legítimas.

Depois de deixar a SEC em 2008, Atkins fundou a Patomak Global Partners, uma empresa de consultoria que assessora instituições financeiras, incluindo fintech e startups de criptografia. Com Patomak, ele solidificou sua reputação como líder de política financeira, especialmente quando blockchain e ativos digitais se tornaram temas quentes.

Suas contribuições chegaram ao ponto de testemunhar perante o Congresso sobre a necessidade de regulamentações sistemáticas que apoiem a inovação em criptografia e, ao mesmo tempo, protejam os mercados contra abusos.

Ele também atua como presidente da Token Alliance desde 2017, uma iniciativa liderada pela indústria pela Câmara de Comércio Digital com foco em promover o crescimento responsável de redes e tokens de aplicativos.

Atkins apertará o botão de reset?

Nos últimos anos, a incerteza regulatória tem sido o maior obstáculo do setor. Sob Gensler, a SEC adotou uma abordagem mais dura, tratando muitas criptomoedas como títulos e abrindo processos contra grandes players como Coinbase e Ripple (XRP).

Neste contexto, Atkins traz uma abordagem colaborativa e clara à política criptográfica, valendo-se de anos de experiência como co-presidente da Token Alliance e conselheiro da Câmara de Comércio Digital. Essas funções deram a ele uma visão em primeira mão dos desafios enfrentados tanto pelas startups de criptografia quanto pelas empresas estabelecidas.

Uma de suas principais contribuições tem sido a defesa de definições claras do que constitui um título versus uma mercadoria que o mundo criptográfico tem pedido.

Mas o que isso realmente significa para a indústria? Em primeiro lugar, ao contrário de Gensler, que se baseou fortemente em ações coercivas – abrindo vários processos contra empresas de criptomoedas durante o seu mandato – a abordagem de Atkins pode ser bastante diferente.

Seu mandato na SEC de 2002 a 2008 é um bom indicador. Na altura, ele pressionou por políticas que reduzissem as barreiras de acesso das pequenas e médias empresas aos mercados financeiros.

Se aplicarem os mesmos princípios à criptografia, os EUA poderão tornar-se um centro global para a inovação da blockchain, em vez de perder talentos e investimentos para países como Dubai, Singapura e Suíça.

Outra área importante onde a Atkins pode fazer a diferença é o zoneamento. A SEC de Gensler frequentemente trata os projetos financeiros descentralizados com suspeita, classificando-os como plataformas de títulos não regulamentadas.

Por outro lado, Atkins falou a favor de tecnologias como o blockchain, que democratizam o acesso aos sistemas financeiros. Isso não significa que ele provavelmente dará passe livre ao DeFi, mas seu histórico sugere que ele procurará maneiras de apoiar a inovação e, ao mesmo tempo, abordar a fraude e a manipulação de mercado.

No entanto, também há motivos para abordar esta mudança com cautela. Durante o seu mandato anterior na SEC, opôs-se a sanções mais duras para empresas envolvidas em fraudes, argumentando que tais sanções acabam por prejudicar os acionistas. Embora esta abordagem seja atractiva para as empresas, os defensores dos consumidores estão preocupados com a possibilidade de não fazer o suficiente para proteger os pequenos investidores.

À medida que a SEC entra nesta nova era, os EUA têm a oportunidade de recuperar a sua posição como líder em tecnologia blockchain e finanças digitais.

Os touros criptográficos reagem

A nomeação de Atkins como o próximo presidente da SEC provocou uma série de reações de figuras-chave dos setores cripto e financeiro.

Embora a comunidade criptográfica pareça muito otimista, os sentimentos profundamente arraigados revelam uma profunda frustração com a administração cessante e esperança de um futuro mais equilibrado.

O diretor jurídico da Coinbase, Paul Grewal, deu o tom, chamando a nomeação de Atkins de “muito necessária e não pode acontecer tão cedo”. Para empresas como a Coinbase, que estão atoladas em ações judiciais e multas, a chegada de Atkins proporciona uma pausa necessária.

O CEO da Ripple, Brad Garlinghouse, respondeu duas vezes a essa perspectiva, descrevendo Atkins como uma “escolha excelente” ao abordar as questões envolvidas.

“É hora de encerrar rápida e decisivamente a era da proibição da criptografia”, disse ele, apontando para os bilhões perdidos em honorários advocatícios e atrasos em projetos importantes sob a liderança de Gensler.

Hester Peirce, muitas vezes chamada de “Mãe da Criptografia” devido à sua postura pró-criptografia na SEC, também compartilhou seu entusiasmo. “Como trabalhei para ele durante seu último período no instituto, não consigo pensar em pessoa melhor para este trabalho.”

Cathie Wood, CEO da ARK Invest e defensora da criptografia, comparou a nomeação de Atkins a uma proteção mais ampla dos direitos de propriedade digital.

“O novo presidente da SEC, Paul Atkins, libertará os ativos digitais das garras de Gary Gensler e protegerá os direitos de propriedade privada no mundo digital”, ele tuitou.

Cameron Winklevoss, cofundador da Gemini, também fez críticas semelhantes à SEC sob Gensler: “A SEC precisa ser reiniciada. Em vez de proteger os investidores e encorajar a inovação, 'protegeu' os investidores de empresas como os ETFs de bitcoin e sufocou a inovação.”

Resumindo, a indústria criptográfica não quer passe livre – procura justiça, transparência e reconhecimento do seu potencial para impulsionar o crescimento económico.

Sob Atkins, muitos esperam que a SEC incentive a inovação e, ao mesmo tempo, proteja os investidores de uma forma equilibrada e construtiva.





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